quem foi, biografia e obras

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Detalhe do retrato de José Mejía Lequerica feito pelo pintor de Quito Manuel Salas Alzamora. Fonte: Wikimedia Commons

Quem foi José Mejía Lequerica?

José Mejia Lequerica (1775-1813) foi um político, médico, orador e advogado nascido em Quito durante o século XVIII. Ele era famoso por sua notável participação nas Cortes de Cádiz como deputado do Vice-Reino de Nova Granada.

Ele se destacou desde muito jovem por sua dedicação ao estudo e mente prodigiosa. Ele foi para a faculdade, mas foi negado um diploma porque ele era um filho ilegítimo. Este não foi o único obstáculo que Mejía superou, pois sua mãe também era pobre.

Ele gostava de interagir com outros intelectuais da cidade, mas finalmente decidiu se distanciar da sociedade de Quito, que sempre lhe impôs obstáculos por causa de sua origem. Depois mudou-se para Espanha, onde conseguiu fazer parte das Cortes de Cádiz.

De sua posição como deputado defendeu os interesses e direitos da América, defendeu a liberdade de expressão, enquanto criticava os excessos da Inquisição. Em suas intervenções, que foram muito aclamadas, ele visualizou eventos, como a queda do império espanhol.

Ele sempre teve sua terra natal em alta conta e desejou um dia retornar à terra em que nasceu, mas as circunstâncias nunca permitiram.

Biografia de José Mejia Lequerica

Primeiros anos

José Mejía Lequerica nasceu em 24 de maio de 1775 em Quito, então parte do império espanhol. Ele era filho natural de José Mejía del Valle y Moreto com Manuela de Lequerica y Barrioleta.

O pai de Mejía era um renomado advogado que atuou como vice-governador de Yaguachi e depois de Guayaquil, onde também foi auditor e conselheiro de guerra. Seu último cargo em 1782 foi como Juiz-Mor e General de Bens Falecidos, mas em 1790 ele deixou seus cargos e morreu sete anos depois.

Manuela de Lequerica, por sua vez, era uma mulher casada e separada do marido, Antonio Cerrajería. Essa foi a principal razão pela qual eles não puderam se casar.

No entanto, eles viviam juntos como um casal. A sociedade de Quito do século XVIII não via essa situação com bons olhos e suas censuras acabavam afetando regularmente o jovem José, para quem o acesso à educação era mais difícil.

Além disso, como teve que crescer com a mãe na pobreza, foram grandes os sacrifícios que fizeram para que o jovem recebesse estudos. No entanto, a mente prodigiosa do menino compensou os esforços de sua mãe.

Educação

José Mejía Lequerica completou seus estudos básicos em uma escola pública da cidade. Então, percebendo o potencial do menino, sua mãe o enviou para a escola dominicana de San Juan Fernando, onde estudou gramática latina sob a tutela de Frei Ignacio González.

Mais tarde mudou-se para o Seminário Maior de San Luis. Lá ele aprendeu filosofia com Frei Mariano Egas. Ele também mergulhou em álgebra, trigonometria e física, e conheceu um de seus mentores, chamado Eugenio Espejo.

Em 1792, aos 16 anos, Mejía Lequerica obteve o grau de bacharel. Dois anos depois, tornou-se mestre em artes.

Assim, ele conseguiu uma bolsa para estudar teologia na Universidade de São Tomás de Aquino. Mejía estudou com muito sacrifício e, além disso, conseguiu começar a trabalhar como professor de Latinidad de Menores ou Gramática de Mínimos na escola de San Luis.

Na casa do Dr. Espejo, Mejía conheceu muitos intelectuais de Quito, como Juan Pío Montúfar. Ele também fez amizade com a irmã de seu mentor, Manuela Espejo.

Devido a circunstâncias políticas, em 1795 Eugenio Espejo foi preso e depois morreu. Em 29 de junho de 1796, José Mejía casou-se com Manuela Espejo, 23 anos mais velha que ele. No mês seguinte, passou no exame de teologia e começou a estudar direito.

Conflitos e viagens

A universidade recusou-se a reconhecer seu diploma, já que ele era casado, além de ser filho natural. Esse conflito, de origem social, foi decidido a favor de Mejía pela Universidade de San Marcos de Lima, no Peru.

Em seguida, ele foi premiado com algumas cadeiras em diferentes instituições de ensino. Mas seus detratores continuaram a atacá-lo, apontando então que ele não poderia receber o grau de advogado, pois não era filho legítimo. Depois disso, ele teve que deixar seu cargo de professor.

Interessou-se pelas ciências naturais e ao tentar obter o título de doutor também foi bloqueado, finalmente desistiu e decidiu aceitar o convite feito por José Manuel Matheus para visitá-lo na Espanha.

Tribunais de Cádiz

Chegando à Espanha, conseguiu um breve emprego em um hospital e quase imediatamente, após a invasão napoleônica, José I Bonaparte ascendeu ao trono. Assim, em 1808, José Mejía se alistou como voluntário e, assim, obteve seu diploma de médico.

Mejía Lequerica tinha dons de oratória e os mostrou em seu período como deputado. Sua participação nas Cortes foi fundamental, pois defendia os direitos dos estados americanos e exigia representação igualitária.

Assegurou a garantia da liberdade de expressão e livre impressão, bem como a abolição da vassalagem e dos feudos, e o afastamento dos funcionários que já cumpriram pena no destino a que foram atribuídos.

Denunciou assassinatos contra heróis, defendeu os indígenas e criticou as ações da Inquisição. José Mejía Lequerica também lutou contra a imposição de impostos aos indígenas e a obrigatoriedade do dízimo.

Morte

José Mejía Lequerica morreu em 27 de outubro de 1813 em Cádiz, Espanha. Ele tinha 38 anos e foi uma das vítimas de uma epidemia de febre amarela.

Seus restos mortais, que repousaram no cemitério da Igreja de San José Extramuros, foram perdidos em 1814, quando foram transferidos para uma vala comum no Cemitério Municipal.

Tocam

José Mejía Lequerica escreveu tratados sobre diversos temas, inéditos e sem data, mas sua principal contribuição foi nas Cortes de Cádiz, onde se destacou entre os deputados das Américas.

Durante este tempo, ele colaborou com a mídia local, como a abelha espanhola S a tríplice aliança.

Obras conhecidas

Tratados sobre os Livros dos Macabeus.

Conclusões sobre estudos de botânica e física.

tratado de filosofia.

Estudos sobre assuntos físicos, naturais e geográficos.

travessuras poéticas.

Discursos nas Cortes de Cádiz (1913), compilado por Alfredo Flores y Caamaño.

Discurso de José Mejía nos tribunais espanhóis (1909), O Vigilante.

Referências

  1. Avilés Pino, E. (2018). Dr. José Mejía Lequerica – Personagens Históricos | Enciclopédia do Equador. Extraído de encyclopediadelecuador.com.
  2. Pérez Pimentel, R. (2018). JOSÉ MEJIA LEQUERICA. Extraído de dictionarybiograficoecuador.com.
  3. Travessuras poéticas, primeiro ensaio de D. José Mexía del Valle y Lequerica – Mejía Lequerica, José – Manuscrito – entre 1801 e 1900. Extraído de bdh.bne.es.
  4. Paladins Escudero, C. (1991). Sentido e trajetória do pensamento equatoriano. México: Universidade Nacional Autônoma do México.
  5. José Mejía Lequerica, para muitos, um ilustre desconhecido. Extraído de eltelegrafo.com.ec.
  6. Mejía Lequerica, J. e Flores e Caamaño, A. (1913). Don José Mejía Lequerica nas Cortes de Cádiz de 1810 a 1813. Barcelona: Casa Editorial Maucci.

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